O cabelo sempre foi uma parte importante da cultura. No antigo Egito, as mulheres usavam perucas para cobrir os cabelos. Na Idade Média, as mulheres usavam penteados elaborados e apliques. No século 20, os penteados das mulheres eram caracterizados por texturas de cabelos longos, curtos, cacheados e ondulados. Ao longo da história, os estilos de cabelo foram usados para definir classes sociais e gêneros.
As civilizações antigas também tinham ideias diferentes sobre como lidar com o cabelo. No antigo Egito, as mulheres tinham longos cachos soltos. Um antigo poeta grego chamado Pindar afirmou uma vez que “o cabelo era uma coroa de ouro sobre a cabeça”. Os antigos egípcios acreditavam que fazer o cabelo de alguém crescer o aproximava da divindade Ísis. Eles também acreditavam que ter cabelos compridos era um sinal de beleza e alto status social para as mulheres. Os homens costumavam ter cabelos curtos, mas há evidências de que eles também tinham cabelos compridos em seus dias. Alguns homens até tinham barba. Ao longo da história, os homens optaram por não usar chapéus ou manter o cabelo curto porque isso interferia em seu trabalho ou deveres militares. Em algumas culturas, por exemplo, por questões religiosas, as mulheres eram obrigadas a cobrir seus cabelos quando estão em público, em outras culturas, as mulheres têm seus cabelos raspados e cobertos por perucas.
As perucas: os cabelos artificiais
As perucas eram populares no antigo Egito, onde eram feitas de cabelo humano ou animal. A peruca mais famosa é o cocar de Tutancâmon que está agora no Museu Britânico. Durante os tempos gregos e romanos, os homens geralmente tinham cabelos curtos, enquanto as mulheres tinham cabelos mais longos. Antes, era considerado indecente que os homens tivessem cabelos curtos. O barbear tornou-se uma tendência durante a Primeira Guerra Mundial, quando os soldados raspavam a barba para evitar que os pescoços esfolados dessem beijos de despedida em suas esposas.
Depois, as perucas se tornaram populares durante o século 17, quando os donos de teatros queriam esconder os ossos quebrados dos atores enquanto eles se recuperavam. As perucas vieram em muitas formas e materiais – incluindo plástico – permitindo que os atores atuassem sem demora ou desconforto. Um ator famoso que usava uma peruca era David Garrick, que supostamente ganhava £ 10 por performance usando seu característico “olhar de cabelos compridos”.
Ao longo da história, vimos como as pessoas viam a queda de cabelo e definiam aqueles que não o tinham por muitos meios – de perucas e sobrancelhas falsas à velhice. Na sociedade de hoje, mudamos nossas opiniões sobre a perda de cabelo com base no que consideramos aceitável.
A aceitação do cabelo nas sociedades com o passar dos anos
É fato que o cabelo tem sido um tema de debate há séculos. Ele faz parte do corpo humano e tem sido fonte de controvérsia desde o início da civilização, como vimos até então. No entanto, ele hoje é bem aceito porque desempenha um papel importante em nos proteger e nos tornar atraentes.
Além disso, o cabelo está associado a padrões e expectativas sociais. Isso pode limitar o cabelo natural e limitar a singularidade de cada pessoa. Por isso, nos dias de hoje, vemos cada vez mais as pessoas passando pela “transição capilar”, que consiste em aceitar e usar os cabelos da forma com a qual eles nasceram, usando produtos que são específicos para ele, abrindo um debate sobre o que é ou não padrão de beleza nos dias de hoje.
O padrão de beleza muda. Durante o Império Romano, era elegante fazer uma massa de cachos na parte de cima da cabeça e cachos com tranças ao redor e atrás. Os cabelos eram iluminados com cinza de madeira ou escurecidos com limalha de cobre (uma espécie de “pó” feito com o cobre) ou sanguessugas marinadas em vinho e vinagre.
Já na Inglaterra, o cabelo vermelho era popular por conta do reinado de Elizabeth I. Nesse mesmo período, na Espanha e nos países Latino Americanos, usava-se mantilhas de renda, muitas vezes sobre um pente.
Os cabeleireiros
A profissão de cabeleireiro é uma das mais antigas da história da humanidade, com relatos que contam com cerca de 5 mil anos. Segundo registros, o profissional também surgiu no antigo Egito, no tempo em que os faraós gostavam de raspar a cabeça para usar perucas feitas de cabelo humano ou lã de carneiro. Essas perucas eram guardadas religiosamente em locais especiais que somente os “artesãos do cabelo” podiam ter acesso.
No entanto, foi em Atenas, na Grécia, que surgiu o primeiro espaço dedicado à arte do cabelo, chamado de “Koureias”. No começo, apenas os homens podiam frequentar e quem trabalhava eram os escravos que tinham mais prestígio na sociedade. Na modernidade, no século XVIII, a moda francesa começou a ditar as regras e foi inaugurado o primeiro salão de cabelo feminino, em que as mulheres da corte tratavam seu cabelo e montavam penteados que se destacavam dos demais.
Ainda nessa época, ir a um “artesão do cabelo” era algo reservado apenas para as pessoas mais ricas, dotadas de grande nobreza. Foi somente em 1891 que foi criada a cadeira de lavagem reclinável que chamou mais clientes para o primeiro salão público da história.
A partir disso, foi só avanço: em 1906, Charles Nestlé inventou o primeiro aparelho elétrico para os cabelos, uma máquina que demorava cerca de 10 horas para fazer ondas permanentes e em 1907, Eugene Schuller, estudante de química francês, lançou a primeira coloração permanente.
Embora o cabeleireiro exista desde os tempos antigos, é uma indústria em evolução com muitos avanços técnicos ocorrendo hoje em dia – principalmente no campo das extensões, que avançam cada dia mais. Muitas celebridades famosas transformaram sua paixão pela área em uma lucrativa escolha de carreira – como Angie Duke, que ganhou vários prêmios por seu trabalho em comerciais de TV que estrelou na época.
Os cabeleireiros tornaram-se celebridades por seus conhecimentos e habilidades ao supervisionarem projetos de cinema e televisão envolvendo penteados. Hoje, o cabeleireiro é um negócio multimilionário que envolve cortar, colorir e tecer o cabelo em qualquer estilo que uma pessoa escolher. A profissão exige conhecimento das tendências da moda, bem como um olhar artístico na hora de escolher os penteados para os clientes. Alguns cabeleireiros famosos incluem Chris McMullen, do America’s Next Top Model, que ganhou cinco prêmios de modelagem por seu trabalho no ciclo de cinco vencedores do programa, por Kelly Hensley Hair Designers/Coiffeurs Inconditionnels/Unconditions Studio (KHI).
Fontes de pesquisa
Os seguintes veículos foram importantes para a confecção deste material:
https://www.salaopurabeleza.com.br/single-post/2017/07/14/a-história-dos-cabelos
