Tatuagem: Você sabe de onde ela veio?

Suspeita-se que a tatuagem, também conhecida como tattoo nos dias de hoje, é tão antiga quanto a própria humanidade. Ela é uma das formas de modificação corporal mais conhecidas e cultuadas no mundo, bem como os piercings e os brincos. Hoje, além de sua função estética, as tatuagens e os tatuadores são também considerados artistas e obras de arte, já que é comum encontrarmos profissionais que fazem uma arte específica e exclusiva para cada pessoa.
Os primeiros registros de tatuagem na história são do Egito, Polinésia, Indonésia e Nova Zelândia, entre 4000 a.C. e 2000 a.C. Apesar de ser difícil dizer se antes disso a tatuagem já existia, essas são as provas arqueológicas mais antigas já descobertas. Nessa época, tatuavam-se em rituais ligados à religião e à cura. A Múmia de Similaun, por exemplo, descoberta no antigo Egito, continha 61 tatuagens em seu corpo, coincidindo com pontos de chakras e pontos usados na acupuntura.
Além disso, por volta de 3100 a.C, as mulheres eram marcadas com tatuagens no antigo Egito. A intenção era mostrar que elas eram do harém do rei ou que passariam por rituais específicos. Acreditava-se também, que os desenhos podiam proteger as mulheres, ainda mais as que estavam grávidas, que também recebiam desenhos para que o parto ocorresse de forma segura.

Como as tatuagens eram feitas?

Antigamente, as tatuagens eram feitas a partir de instrumentos construídos com ossos e tinta vegetal ou com bambu afiado. Apenas a camada mais superficial da pele era pintada. Também eram comuns os procedimentos que perfuravam a pele usando instrumentos pontiagudos, de forma que o tatuador pudesse fazer, ponto por ponto, a forma do desenho pretendido.
Em alguns lugares, os povos antigos ainda usam instrumentos de bater extremamente pontiagudos para criar ferimentos na pele e depois, aplicar carvão noz-moscada para servir de tinta.
A história da tatuagem só veio a mudar a partir do século XIX, quando a primeira máquina de tatuagem foi criada, a partir de uma adaptação da máquina de Thomas Edison para copiar documentos.

Criação das máquinas de tatuagem

A máquina rotativa elétrica foi criada por Samuel O’Reilly e sua velocidade podia ser ministrada por um pedal. Depois disso, foram criadas as máquinas de bobina hidráulica que ainda são bastante usadas nos dias de hoje.
A revolução nesta área só chegou nos anos 2000, quando Carson Hill lançou a máquina de tatuagem pneumática, que podia ser movida a gás e possuía um processo de esterilização muito mais simplificado que todas as outras máquinas.

Hand poked Tattoo

Apesar do surgimento das máquinas de tatuagem e do avanço tecnológico na área, ainda há quem prefira fazer como era nos primórdios. É o caso da técnica chamada de Hand poked Tattoo ou Stick and Poke Tattoo. Essa técnica consiste em utilizar apenas agulhas, dispensando máquinas e eletricidade, para se criar desenhos à mão.
O método ainda dá seus primeiros passos no Brasil, mas já ganhou vários adeptos e popularidade nos Estados Unidos, Alemanha e Japão. Apesar de ser um pouco mais demorada, tatuadores que utilizam da técnica defendem que o resultado fica mais delicado devido à maior atenção aos detalhes durante a produção.

Tatuagem no Brasil

A tatuagem chegou no Brasil em meados de 1959, trazida pelo dinamarquês Knud Harald Lucky Gegersen, também conhecido como Lucky Tattoo. Ele abriu um estúdio em Santos, nas proximidades do cais, onde na época era zona de boemia e prostituição. Seus maiores frequentadores eram os marinheiros, imigrantes embarcados – muitas vezes bêbados -, arruaceiros e envolvidos com drogas.
Por isso, na época, a tatuagem não foi bem vista no país, sendo símbolo de criminalidade e depravação, gerando um estigma de arte marginal que perdurou por décadas. Hoje em dia, ainda existe um grupo de pessoas que pensa dessa forma, apesar de ser bem menor devido à circulação de informação pelos meios de comunicação.

O preconceito com a tatuagem nos dias de hoje

Apesar de menor, o preconceito com a tatuagem ainda existe. Segundo uma pesquisa realizada pelo site Tattoo2Me, em 2018, 57.96% dos entrevistados relataram ter sofrido algum tipo de preconceito por terem tatuagem. Desses, 73.89% relataram preconceito dentro da própria família, enquanto 22.26% relataram no ambiente de trabalho.
Esses dados revelam que os tempos estão mudando e que, o preconceito, ainda é maior dentro do ambiente familiar que fora. Nos dias de hoje, a tatuagem tem conseguido ganhar popularidade entre artistas das mais variadas áreas, o que contribui para a popularização dela e pela diminuição do preconceito.

Como o UniArt Studio vê?

Como um ambiente plural, que proporciona espaços para que os artistas possam se expressar e produzir sua arte com liberdade e autonomia, o UniArt Studio Coworking defende o ambiente seguro, acolhedor e acima de tudo, é contra o estigma contra a tatuagem. Cada dia mais, vemos que nossos artistas têm ganhado espaço no mercado e por isso, aspiramos a expansão da valorização da arte, do respeito ao próximo, da diversidade e da troca de experiências. Afinal, que graça teria se todos fossem iguais, não é?