Economia Circular: Um Caminho Sustentável para a Sociedade e para a Indústria
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Setembro é o mês de conscientização sobre a prevenção do suicídio, uma causa de saúde pública que afeta milhões de pessoas no mundo. O Setembro Amarelo, campanha promovida desde 2013 pela Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina, busca desmistificar o tema e oferecer apoio para quem enfrenta dificuldades emocionais. Para falar sobre o assunto, o UniArt Studio Coworking conversou com a psicóloga Estela Beltrame, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), para entender os principais mitos sobre o suicídio, o papel da mídia e como a sociedade pode ajudar na prevenção.
UniArt Studio Coworking: Primeiramente, o que é Setembro Amarelo? Por que é uma campanha tão importante para a conscientização sobre o suicídio?
Estela Beltrame: Setembro Amarelo é uma iniciativa que existe desde 2013, criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina, com o intuito de chamar a atenção para a prevenção ao suicídio. Em 2024, o lema da campanha é “Se precisar, peça ajuda!”. Falar sobre o assunto é o primeiro passo para preveni-lo. O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo, e a campanha busca desmistificar o tema, incentivar a conversa sobre saúde mental e oferecer apoio a pessoas que estão passando por dificuldades emocionais, reduzindo o estigma e encorajando a busca por ajuda.
UA: Quais são os mitos mais comuns sobre o suicídio que ainda precisam ser desconstruídos na sociedade?
Estela: Ainda ouvimos muito que apenas pessoas com doenças mentais cometem suicídio, que quem fala sobre isso quer apenas chamar a atenção, e que todas as pessoas que cometem suicídio realmente querem morrer. Outro mito importante é que falar sobre o tema com o paciente pode “dar a ideia” de suicídio para quem já está em um estado crítico.
Embora muitos casos estejam atrelados a transtornos mentais, eles não são os únicos fatores. Dificuldades de saúde, problemas financeiros e desilusões amorosas também podem levar à ideação suicida. Muitas vezes, os sinais estão presentes, mesmo que sutis, e falar sobre o assunto ajuda a reduzir a ansiedade e o sofrimento. Perguntar sobre suicídio não provoca o ato, mas cria espaço para que a pessoa se sinta compreendida e mais aberta a buscar ajuda.
UA: Qual é o papel da mídia e das redes sociais na prevenção do suicídio? Como elas podem abordar o tema de forma responsável?
Estela: A mídia e as redes sociais têm um papel crucial na prevenção, ao informar e educar o público. É importante que o tema seja tratado com responsabilidade, oferecendo informações precisas e evitando a divulgação de detalhes sobre casos reais, que podem estimular a imitação. Campanhas de conscientização, histórias de superação e links para serviços de apoio são estratégias eficazes.
UA: Quais são os sinais de alerta que amigos e familiares podem observar para identificar alguém em risco? Como a família e os amigos podem oferecer um suporte efetivo a alguém que está passando por um momento difícil?
Estela: Os sinais de alerta incluem mudanças comportamentais, como isolamento, aumento no uso de substâncias, falas sobre desesperança e agressividade. Frases como “Eu sou um peso para os outros” ou “Eu não vejo saída” são exemplos claros de alguém pedindo ajuda. Amigos e familiares podem apoiar ouvindo sem julgar, demonstrando empatia e incentivando a busca de ajuda profissional.
UA: Durante o Setembro Amarelo, muitas campanhas focam em conscientização. Na sua opinião, quais são os principais desafios para alcançar uma mudança real na prevenção do suicídio?
Estela: Os maiores desafios são o preconceito e a falta de informação sobre saúde mental, que dificultam o diálogo sobre o tema. Além disso, a escassez de recursos de saúde mental acessíveis e a falta de apoio da sociedade são barreiras que precisam ser superadas para uma mudança efetiva.
UA: Qual é o papel da psicoeducação e como ela pode empoderar indivíduos a buscarem ajuda antes que a situação se torne crítica?
Estela: A psicoeducação é essencial no desenvolvimento de pensamentos e comportamentos mais saudáveis. Ao proporcionar conhecimento sobre o diagnóstico e os sintomas, facilita a aceitação e o tratamento, além de ajudar na criação de alternativas racionais para lidar com crises e adversidades.
UA: Você poderia compartilhar exemplos de estratégias comportamentais que podem ser adotadas para lidar com crises de ansiedade ou depressão?
Estela: Cada paciente é único, mas algumas técnicas usadas na Terapia Cognitivo-Comportamental podem ajudar, como a respiração diafragmática, o mindfulness, a prática de exercícios físicos, e a identificação e desafio de pensamentos negativos. Estimular uma rotina com atividades que tragam prazer também é fundamental.
UA: Em sua experiência, qual é o impacto do suporte comunitário e familiar no sucesso do tratamento de indivíduos em risco?
Estela: O suporte comunitário e familiar tem um impacto significativo, pois cria uma rede de apoio que ajuda o paciente a se sentir menos isolado. No entanto, em casos onde há conflitos familiares ou violência, o efeito pode ser o oposto, e a terapia familiar pode ser necessária para prevenir o agravamento do quadro.
UA: Como alguém pode procurar ajuda nesse momento difícil se não puder contar com o apoio dos familiares, por exemplo?
Estela: Se o apoio familiar não estiver disponível, é possível buscar ajuda de profissionais de saúde mental, linhas de apoio emocional, como o CVV (188), grupos de apoio e serviços comunitários, como os CAPS. Universidades (em São Paulo, exemplos como UNIP, Mackenzie, UNICSUL, UNIB, FMU) também oferecem atendimento psicológico gratuito, e em emergências, o SAMU (192) pode ser acionado.
Conheça melhor o trabalho da psicóloga Estela Beltrame pelo Instagram: https://www.instagram.com/psi.estelabeltrame/
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