As finanças são uma das partes principais da carreira do profissional independente, bem como, uma das suas maiores dificuldades. Muitas vezes, por focar muito no seu ofício, é comum o profissional encontrar problemas para lidar com o dinheiro que entra e o dinheiro que sai, com as inadimplências, emergências, manutenções… Tudo isso pode virar uma grande dor de cabeça se não for administrado da forma correta.

Por isso, é preciso organizar o orçamento e fazer uma previsão orçamentária, isto é, uma previsão de todo o fluxo de caixa do seu trabalho para utilizar como um mapa que pode te guiar o ano todo. Para te ajudar nisso, separamos algumas dicas que você pode se atentar ao organizar o seu orçamento, veja só:

Como organizar o seu orçamento sendo um profissional autônomo?

O profissional autônomo ou independente, como gostamos de chamar, é aquele profissional que não recebe todos os meses o mesmo valor, na mesma data, com os mesmos benefícios, como recebe um trabalhador de carteira assinada, por exemplo.

Apesar de ter maior flexibilidade e liberdade em seu trabalho, o profissional independente pode acabar se tornando refém dele se não souber administrar muito bem as suas finanças. É comum observarmos profissionais que se queixam de nunca terem dinheiro suficiente para o pagamento das contas por receber de forma “picada”, isto é, um cliente hoje, outro cliente amanhã… Dessa forma, acabam por gastar no mesmo momento em que o dinheiro entra e ele parece nunca permanecer de fato na conta bancária.

1) Faça um fluxo de caixa e use como histórico
O fluxo de caixa nada mais é do que anotar em detalhes tudo o que entra e tudo o que sai da sua vida profissional no período de um mês (ou de uma semana). Nesses casos, é essencial separar suas contas de pessoa física das suas contas profissionais. Por exemplo: a parcela do seu apartamento é uma despesa de pessoa física. O shampoo que você usa no cabelo das suas clientes é uma conta profissional, caso você seja cabeleireiro.

Mesmo que você ainda não separe o dinheiro de uma despesa e de outra, anote para mapear onde estão seus gastos. Saiba quando o dinheiro está entrando, quando ele está saindo e como são os seus hábitos de consumo. Depois, entenda os gastos de forma agrupada em “gastos pessoais”, “gastos estruturais”, “emergências”, “folhas de pagamento”, etc. Da forma como faz mais sentido para você. Assim, você prevê quanto cada categoria demanda.

2) Entenda quando você precisa pagar suas contas de consumo mensais
Saiba quando as contas de consumo vencem e deixe suas datas de validade espaçadas durante o mês para lidar com aqueles pagamentos que precisam ser feitos mensalmente, como conta de luz, água e telefone.

Um profissional independente pode receber uma grande quantia em uma semana e uma quantia menor em outra, sem ter uma certeza de valores específicos. Por isso, coloque uma conta para vencer no início do mês, outra no meio, uma mais para o final… Assim, conforme você receber dos seus clientes, você pode ir pagando de forma gradual seguindo seu fluxo de caixa e não acumula um montante grande para uma data só, correndo o risco de não ter o valor. Se sobrar, você já guarda para a próxima.

3) Precifique bem os seus serviços
Para estabelecer um fluxo de caixa saudável, você precisa pensar “em horas”, ou seja, quanto custa sua hora e quanto tempo você leva para cada serviço. Além disso, é preciso pensar nos custos que você tem com produtos, locações e outros gastos fixos ou variáveis.

Para montar sua tabela de preços, além disso, é preciso colocar na ponta do lápis outros gastos como quanto tempo você leva para se deslocar até o cliente e qual é o gasto desse deslocamento, quanto tempo é preciso entre um cliente e outro… Muitas vezes, acaba por ser ideal centralizar vários clientes em um único local para otimizar seu tempo, seus custos e consequentemente, ter um resultado financeiro melhor.

4) Faça reservas
Ainda levando em conta a inadimplência, faça reservas de emergência, reservas de oportunidade e reservas de manutenção, guardando uma quantia de dinheiro mensalmente. Dessa forma, você pode usar sempre que precisar, evitando dívidas externas, empréstimos com taxas altas e você fica sempre coberto em casos de eventos adversos repentinos, afinal, como profissional independente, você é o seu produto. Pegar uma gripe pode representar um grande furo no orçamento, por exemplo.

A reserva de emergência deve cobrir pelo menos de 6 a 12 meses (quanto mais, melhor para sua tranquilidade) do seu custo de vida mensal e precisa ficar em um local seguro e de fácil acesso, como uma conta-poupança ou Tesouro Direto. (Viu só a importância do fluxo de caixa e de saber o quanto você precisa para sobreviver por mês?)

A reserva de oportunidade e de manutenção, são valores que você pode modular de acordo com a sua necessidade para aproveitar as oportunidades (um curso que você quer muito fazer e ficou mais barato, por exemplo) e para fazer a manutenção preventiva do seu equipamento de trabalho. Se você guarda um pouquinho todo mês, quando a hora chegar, não vai ficar tão pesado.

5) Faça cursos de especialização
Além de dominar sua área de atuação, como profissional independente, você também é um empreendedor. Por isso, se especialize em cursos como finanças pessoais e empresariais, investimentos básicos e administração, para saber a melhor forma de gerir o seu patrimônio. O Sebrae é uma boa opção com cursos em várias áreas que são bastante acessíveis a todos os públicos.

Caso seja o caso, tenha consigo também um consultor financeiro e/ou um contador, para te auxiliar em questões pontuais como investimentos, declaração de imposto de renda e outras burocracias. Só porque você é uma empresa de uma pessoa só, não significa que você não seja uma empresa, viu?

EXTRA: Pense na sua aposentadoria
Pessoas que trabalham com carteira assinada, além de saberem valores exatos e datas de pagamento, possuem algumas facilidades como férias, décimo terceiro, previdência, etc. Você, como profissional independente, precisa pensar em como você pode viabilizar tudo isso para a sua realidade. As férias, bem como o décimo terceiro podem ser planejados com antecedência e uma reserva de férias e uma pequena parcela mensal para sacar no final do ano, por exemplo.

Já a aposentadoria precisa ser um pouco mais planejada, por isso, veja como você pode poupar para o futuro ou então, pagar a GPS (Guia de Previdência Social), o famoso “carnê de INSS”, como profissional autônomo. Uma boa opção pode ser abrir um MEI (Microempreendedor Individual) e pagar os impostos mensais (em torno de R$ 65) para ter direito a aposentadoria, licença maternidade e outros benefícios, ou então, pesquisar opções de previdência privada junto ao banco que você mais utiliza.

O UniArt Studio Coworking está aqui para te ajudar nos primeiros passos da sua carreira empreendedora como profissional independente, seja com dicas de finanças, seja com espaços colaborativos com valores acessíveis e com toda a infraestrutura que o seu cliente merece. Conte conosco para ser o primeiro degrau dessa escada rumo ao seu sucesso profissional!