O Dia dos Pais é uma data dedicada a homenagear a figura paterna e sua importância na vida familiar. A origem dessa comemoração remonta aos Estados Unidos, em 1910, quando Sonora Louise Smart Dodd propôs a ideia de um dia dedicado aos pais. Inspirada por um sermão sobre o Dia das Mães, ela queria honrar seu pai, um veterano da Guerra Civil Americana que criou seus seis filhos sozinho após a morte da esposa. 

A primeira celebração oficial aconteceu em 19 de junho de 1910, data de aniversário do pai de Sonora. No entanto, foi apenas em 1972 que o presidente Richard Nixon oficializou o terceiro domingo de junho como o Dia dos Pais nos EUA.

No Brasil, a celebração do Dia dos Pais teve início em 1953, graças ao publicitário Sylvio Bhering. Ele escolheu o dia 16 de agosto, Dia de São Joaquim, pai da Virgem Maria, para a primeira comemoração. A data foi escolhida não apenas para homenagear os pais, mas também com um intuito comercial semelhante ao Dia das Mães. Com o tempo, a data foi ajustada para o segundo domingo de agosto, visando facilitar a reunião das famílias​.

A ideia de celebrar o Dia dos Pais se espalhou por diversos países, cada um adotando uma data específica conforme suas tradições culturais e religiosas. Na maior parte dos países, como Estados Unidos, Reino Unido, França e Argentina, a comemoração acontece no terceiro domingo de junho. Já em países como Portugal, Espanha e Itália, a celebração ocorre em 19 de março, Dia de São José, pai terreno de Jesus​.

Existem relatos históricos de homenagens aos pais que datam de milhares de anos. Na Babilônia antiga, há cerca de 4 mil anos, um jovem teria esculpido em argila uma mensagem de boa sorte, saúde e longa vida para seu pai, considerado um dos primeiros registros de celebração do tipo​.

Abandono parental

Nos dias atuais, o cenário das comemorações do Dia dos Pais tem evoluído. Muitas escolas têm substituído essa data pelo “Dia da Família” ou “Dia de quem cuida de mim”, devido ao aumento de famílias com diferentes configurações e à ausência de muitas crianças de uma figura paterna. 

O abandono parental é uma questão crescente no Brasil, refletida nos dados alarmantes sobre o registro de crianças sem a presença paterna. De acordo com a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), em 2024, 6,8% das crianças nascidas foram registradas sem o nome do pai, um aumento contínuo nos últimos anos. Este fenômeno é mais prevalente nas regiões Norte e Nordeste, onde os índices de ausência paterna são significativamente maiores, chegando a 8% e 6%, respectivamente. Em estados como Roraima, o número é ainda mais elevado, com 11% dos registros sem identificação paterna​.

A ausência de uma figura paterna nas certidões de nascimento é apenas uma faceta do problema mais amplo do abandono parental. As consequências para as crianças afetadas incluem desafios emocionais e sociais significativos, além de impactos negativos no desenvolvimento educacional e psicológico. 

Em 2023, quase 500 registros diários de nascimentos foram feitos sem o reconhecimento do pai, destacando a necessidade de políticas públicas e iniciativas sociais para abordar e mitigar os efeitos do abandono parental. O portal da Transparência do Registro Civil revela que, desde 2016, mais de 228.221 reconhecimentos de paternidade foram realizados, indicando um esforço contínuo para remediar a ausência inicial de identificação paterna.

O Dia dos Pais, portanto, não é apenas uma data comercial, mas um momento de reflexão sobre os diversos modelos familiares, uma época de conscientização sobre os impactos da figura paterna na vida de um filho e a importância do vínculo afetivo entre pais e filhos.